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quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Preparando-nos para o final

Amadas e amados de Deus:

Estamos mais uma vez nos términos de mais um ano. Dentro de mais alguns dias nos reuniremos em Presbitério.
E tem todas aquelas atividades!
Dentre elas, a de rever os atos e as atas dos Conselhos.
Como eu sei que vamos ter registros de desligamento do Rol de Membros, achei melhor publicar aqui a orientação segura do nosso "braço salvador" em legislação eclesiástica, Rev. Mario Ademar Fava.
Então, aqui vai a opinião dele:
.............................................................................

(Iniciando a matéria)



Matéria escrita por: Rev. Mário Ademar Fava
Baixa do rol de membros por indisciplina ou inatividade

Pode-se baixar do rol membros em disciplina e que tenham abandonado as atividades da igreja por mais de um ano?

Resposta

Vejamos o que diz o Art. 24 da Constituição da IPI do Brasil:

Art. 24 - A demissão do rol de membros professos dá-se por:

I - renúncia expressa da jurisdição eclesiástica;
II - transferência;
III - jurisdição assumida por outra igreja;
IV - ordenação para o sagrado ministério;
V - abandono das atividades eclesiásticas por mais de um ano;
VI - exclusão disciplinar;
VII - falecimento.

Parágrafo único - Não se admite renúncia e nem se concede transferência aos que estiverem sob processo ou disciplina.

O artigo trata da “demissão do rol de membros”, apresentando os casos para isso, sendo a ausência por mais de um ano um deles.

Excetuando-se o que está no inciso VI – exclusão disciplinar – todas as outras formas são decisões administrativas.

Portanto, se um membro está sob disciplina, o Conselho deve conduzir o processo até a última instância e não passar para uma ação administrativa.

Quando um membro tem o seu nome baixado do rol por ter estado ausente por mais de um ano e depois reaparece na igreja, passando a freqüentar ativamente e apresentando justificativa da sua ausência (como, por exemplo: passou a residir em local que não lhe permitia freqüentar a igreja, mudou-se para outra cidade na qual não havia igreja, etc.), o Conselho, depois de certificar-se que aquele irmão não se desviou da fé cristã, poderá incluí-lo novamente no rol. Poderá fazer isso porque o seu afastamento se deu por medida administrativa e não disciplinar.

O caso de estar alguém disciplinado (suspenso da comunhão) e não freqüentar a igreja por mais de um ano enseja análise do Conselho sobre seu comportamento. Lembremo-nos que a disciplina visa à correção do faltoso. Se, em vez de arrepender-se e se integrar ativamente na igreja, ele a abandona, o Conselho deve rever o caso, podendo “excluí-lo” do rol, conforme estabelece o Código Disciplinar. Então, a baixa do rol dar-se-á pelo que está no inciso VI, do Art. 24 – “exclusão disciplinar”.

Pergunta

Por que não se admite renúncia aos que estão sob processo disciplinar?

Resposta

Quando um membro é disciplinado, poderá ocorrer: advertência, suspensão da comunhão ou exclusão do rol. Se ele for suspenso, terá que cumprir a penalidade para ser restaurado, mesmo que seja por tempo determinado. Enquanto suspenso, estará sob observação e cuidado do Conselho. É preciso constatar se a disciplina surtiu o efeito desejado.

Se não surtiu, o Conselho poderá manter, aumentar o tempo de suspensão ou excluí-lo.

Se o membro chegar a ser excluído e desejar, mais tarde, retornar à comunhão da igreja, terá que passar por nova profissão de fé, ocasião na qual o Conselho poderá retomar os motivos da disciplina, para verificar se eles cessaram.

Não se aceita a renúncia para não se perder a oportunidade de “tratar da enfermidade espiritual” que acometeu o crente nessa circunstância. Todo processo disciplinar “visa à edificação dos seus membros, à remoção de escândalos, erros ou faltas, ao bem dos ofensores e à honra e glória de Deus” (Art. 3º do Código Disciplinar). Assim, permitindo-se a renúncia de um faltoso, estaremos deixando de ajudá-lo a corrigir-se, a remover o escândalo, erro ou falta.



Leia a Pastoral da Presidência da AG

Amadas e amados de Deus:

Estou replicando aqui uma publicação do site da IPIB.
Creio que o momento seja realmente de oração e de dependência de Deus. Apenas Ele, em Sua infinita sabedoria deve decidir quem é o homem segundo o Seu coração para ocupar a presidência da nossa querida Igreja Presbiteriana Independente do Brasil, a "igrejinha dos milagres".




23 Nov 2010

Pastoral da Presidência


Estamos nos aproximando da data em que todos os presbitérios da IPI do Brasil se reunirão para eleição da Diretoria da Assembléia Geral para o período 2011-2015. Será no dia 4 de dezembro de 2010, às 9h00 (horário de Brasília). A primeira hora da reunião será dedicada aos exercícios devocionais. Às 10h00, terá início a votação.



O presidente da Assembléia Geral, Rev. Assir Pereira, encaminha Pastoral a todos os presbitérios.

(clique aqui para ler a Pastoral)



Enviada por Portal



quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Rev. Abival apoia também a Chapa Kairós


Apoio às chapas cresce no arraial Presbiteriano Independente

Nossos irmãos procuram, de alguma forma, apoiarem aquela chapa que entendem ser a que melhor possa administrar a IPI no próximo período.
Publico, para conhecimento, mais um apoio à chapa Kairos.


CARTA ABERTA À IPIB - APOIO À CHAPA KAIRÓS - É TEMPO DE MUDAR

Observando e acompanhando a movimentação das Chapas que concorrem à eleição da nova diretoria da Assembléia Geral da Igreja Presbiteriana Independente do Brasil podemos observar que nem sempre as pessoas entendem o nome da Chapa Kairós – É tempo de Mudar.

Como é natural da Democracia, no caso, eclesiástica, é salutar que os conciliares tenham mais de uma opção. Todos os componentes das duas chapas são nossos irmãos em Cristo e nada temos contra alguém e, com a formação Bíblica e Calvinista que temos, cremos acima de tudo na Soberania de Deus!
Em meio a apoios a uma e outra, como conheço o Reverendo Áureo desde a mais tenra idade, estudando comigo no Instituto Bíblico João Calvino, aos pés, acima de tudo, do Mestre dos Mestres, o Senhor Jesus; humanamente falando, juntos, tivemos o privilégio de estudar sob a orientação e ensinamentos pastorais e teológicos do saudoso Mestre Antonio de Godoy Sobrinho, servo de Deus que homenageamos neste momento histórico da Igreja, pois “pregava o que vivia” e “vivia o que pregava”! Homem de Deus! Glórias a Deus por essa vida!

O Reverendo Áureo, a partir de então, segue a carreira do ministério, preparando-se cada vez melhor. Trata-se de colega que conheço profundamente. Sempre firme aos moldes da Doutrina da Igreja, nunca se desviando do caminho pastoral pautado pela Igreja à qual serve. Sobre detalhes de sua história, não é necessário falar, pois todos já estamos cientes do seu serviço, tornando-se experiente para concorrer com a Equipe da Chapa Kairós.

Quanto ao nome: É Tempo de Mudar, isso não quer dizer que se pretenda mudar ou desfazer o que o Concílio Maior tem decidido nestes últimos anos. Pelo contrário, precisamos entender que é um nome símbolo para que esses irmãos tenham também uma oportunidade de realizar seus sonhos em prol do Reino de Deus na terra através da IPIB!!!

Democraticamente então, e com muito respeito e amor cristão aos componestes da outra Chapa, nesta carta aberta, venho reiterar meu irrestrito apoio à CHAPA KAIRÓS - É TEMPO DE MUDAR! “PELA COROA REAL DO SALVADOR”.

Arapongas, 22 de novembro de 2010.

Reverendo Othoniel Gonçalves - Pastor Jubilado da IPIB

Entenda a posição do Bispo (?) Edir Macedo sobre a questão do aborto:

Antes de julgarmos o "bispo" (?) devemos tentar entender o que ele pensa.
Eu, particularmente, discordo da sua linha de pensamento.
Mas isso é problema meu.

Leia e julgue:

Algumas pessoas têm questionado minha posição quanto à descriminalização do aborto. Um dos argumentos mais citados é quanto ao mandamento “não matarás”. Mas, me parece que o engano está na compreensão da totalidade do significado do termo “matar”.

O dicionário Houaiss, entre as várias definições que apresenta para este verbo, diz: “causar grande prejuízo ou dano a; arruinar.” E também: “causar sofrimento a; mortificar, afligir; ferir.” Vemos, com isso, que matar não é somente tirar a vida de alguém, mas também praticar qualquer ato que impeça que alguém tenha vida com qualidade, dignidade, felicidade.

Permitir que uma criança indesejada venha ao mundo em uma família desestruturada, sem condições de lhe oferecer uma vida minimamente digna, expondo-a à violência, maus tratos, perda da autoestima e tantas outras mazelas, não significa dar um ser à luz, mas sim condená-lo à morte; uma morte social e psicológica, que vai gerar a pior de todas as mortes: A ESPIRITUAL.

As crianças que andam pelas ruas, entregues à própria sorte, não nasceram; elas foram jogadas no mundo, como fruto da inconsequência e irresponsabilidade de adultos despreparados, muitos deles que apenas repetem a história de abandono e omissão da qual também foram vítimas.

Estas crianças, primeiro são odiadas por seus genitores e depois passam a ser odiadas pela sociedade. A mesma sociedade que levanta a bandeira do direito à vida é capaz de virar o rosto em atitude de asco, e atravessar a rua para não passar perto de um menor indigente estirado no chão, cheirando a fezes e urina. O nome disso é hipocrisia.

Os que gostam de apontar pecados, precisam ver que o erro não está em interromper uma gravidez indesejada, mas está antes: na banalização do sexo, na desinformação, nos inúmeros fatores que levam um casal a se relacionar e gerar um filho com o mesmo descompromisso com que encaram a própria vida.

Não estamos fazendo apologia do aborto; estamos dizendo “não” à hipocrisia. As mulheres não deixam de abortar porque isso é um ato ilegal. A decisão de interromper uma gravidez tem como motivo principal o fato de ela não ser desejada, causada por fatores que vão desde uma noite de loucura até violência sexual. Se esta decisão for tomada, ela será levada a cabo, independentemente de sua legalidade, em clínicas clandestinas, que podem levar estas mulheres à morte, mutilação ou sequelas de procedimentos mal realizados.

A legalidade do aborto permite que estas mulheres possam ser atendidas clinicamente da maneira que procede, e não coloquem sua vida em risco. Isso é direito à vida.

A legalidade do aborto evita que crianças inocentes venham ao mundo para sofrer e ter uma vida miserável.

A legalidade do aborto evita a clandestinidade dos procedimentos cirúrgicos.

Uma mulher que deseja interromper uma gravidez, seja pelo motivo que for, não é uma criminosa, é um ser humano em aflição, que precisa ser acolhido, amado, orientado e não condenado. É este o papel que a IURD tem realizado como Igreja.

A todas as pessoas que olham para estas mulheres com ódio e intolerância, achando que com isso estão agradando a Deus, fica esta Palavra: Qualquer que odeia a seu irmão é homicida. E vós sabeis que nenhum homicida tem a vida eterna permanecendo nele. I João 3:15

Leia também:

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Conheça mais sobre as chapas concorrentes à direção da AG




17 Nov 2010

Saiba mais sobre as duas chapas que concorrem à eleição da Diretoria da Assembléia Geral


A eleição será no dia 4/12/2010, em todos os presbitérios, em reunião que terá início às 9h00 (horário de Brasília). Votarão todos os pastores e todos os representantes de igrejas junto ao presbitério. Temos duas chapas inscritas.



Conheça mais sobre cada uma clicando nos respectivos nomes:





Enviada por Portal



segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Eleições nos Presbitérios para nova diretoria da Assembléia Geral


11 Nov 2010
Eleição da Diretoria da Assembléia Geral

No próximo dia 4 de dezembro, às 9h00 (horário de Brasília), todos os presbitérios da IPI do Brasil estarão reunidos extraordinariamente para eleição da Diretoria da Assembléia Geral para o período de 2011-2015.
O Escritório Central já encaminhou a todos os presbitérios os documentos necessários para a realização da reunião extraordinária, a saber:

1) As cédulas para votação;
2) As instruções para realização da reunião;
3) A folha de votação dos presbitérios;
4) A folha de apuração;
5) O modelo da ata da reunião.

Todos os presbitérios devem encaminhar os documentos referentes à eleição ao Escritório Central até o dia 8/12/2010. No entanto, recomendamos que a remessa seja feita no dia 6/12/2010, segunda-feira, pois todos os documentos ficarão prontos ao final da reunião do presbitério (ou seja, no dia 4/12/2010).
Disponibilizamos aqui em nosso Portal as instruções para a realização da reunião, bem como o modelo de ata da reunião, documentos que poderão ser baixados para utilização.

INSTRUÇÕES PARA ELEIÇÃO

MODELO DE ATA DE ELEIÇÃO DA DIRETORIA DA AG DA IPIB

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Tempo de decisão

Rodolfo Garcia Montosa

Publicado em 24.01.2003

O meu povo está sendo destruído, porque lhe falta o conhecimento. (Oséias 4:6)

Ao longo da Bíblia vemos Deus convocando aqueles a quem escolheu a tomarem decisões. Mais do que um simples concordar ou uma opinião própria, podemos perceber que a Sua vontade e Seu plano foram sendo estabelecidos a partir do momento em que profetas, reis, discípulos, apóstolos e homens comuns compreenderam o poder de mudança nesta palavra {decisão} através de uma equação simples, mas de resultados surpreendentes: conhecimento + posicionamento + ação = sabedoria para cumprir o chamado.

Ainda hoje, todos os dias, à toda hora, como cristãos e como igreja, continuamos a ser convocados a tomar decisões. A questão é: quais critérios estamos utilizando para escolhermos um caminho e, com certeza, afirmarmos que é o correto e que estamos nos movendo dentro do chamado ministerial que nos foi proposto?

Sem exceções, todas as nossas decisões são baseadas em dois critérios: objetivo e subjetivo. O critério objetivo compreende as quantificações, valores mensuráveis e externos ao indivíduo, como informações de conteúdo definido. O critério subjetivo está diretamente relacionado ao nosso lado intuitivo. É o chamado “feeling”, aquela percepção interior que nos dá a sensação de certeza e tem suas raízes em nosso conjunto de valores, em nossa história.

Quando somos questionados por outros, convocados por Deus a tomar decisão, ou nos vemos diante de um problema que exige uma solução imediata, automaticamente nossa capacidade de julgamento – objetiva e subjetiva – é acionada para produzir uma resposta.

Nem sempre, porém, conseguimos utilizar o critério adequado para decidir corretamente. Ou, mais precisamente, não temos a capacidade de equilibrar os argumentos objetivos e subjetivos que pesam contra ou a favor.

Por exemplo: se perguntamos a alguém como vai a sua saúde, quase sempre escutamos uma resposta subjetiva e vaga, baseado naquilo que a pessoa está sentindo ou vivendo no momento, do tipo “vai bem”. Na verdade, essa era a hora de respondermos o mais especificamente possível. Poderíamos dizer: “estou com o colesterol alto” ou, então, “estou carência de cálcio ou vitamina A”. Ou ainda poderíamos devolver a pergunta à pessoa e questioná-la: “sobre qual sistema especificamente você deseja saber? Circulatório, digestivo ou nervoso?” Avaliando desse modo, podemos afirmar que, ao mesmo tempo em que é tão simples também é tão difícil de responder.

Por outro lado, se perguntamos a um pai como vai o seu filho na escola, certamente escutaríamos sobre as notas, o bom comportamento e as disciplinas nas quais ele se destaca. Dificilmente uma pergunta como essa provocaria uma resposta que abordasse se o filho tem bom relacionamento com os colegas, se os professores gostam dele, etc.

Muitas vezes, as decisões da Igreja tem sido assim. Acabam emboladas entre a dimensão do objetivo e subjetivo, produzindo um resultado aquém do esperado. Mas, o mais comum, por falta de objetividade, acaba sendo a tendência a decisões intuitivas em detrimento das racionais.

O que fazer, então, quando nos perguntam “como vai sua Igreja?”

Nenhum dos dois extremos é bom. Nunca devemos utilizar somente o critério intuitivo ou o objetivo/racional. Precisamos responder com dados e fatos, mas respaldados pelo intuitivo e vice-versa.

Para alcançarmos essa maturidade, porém, precisamos aprender a localizar em qual fase nos encontramos e, assim, conseguir emitir um diagnóstico o mais perto possível do real ou, pelo menos, do provável. É possível classificar os estágios da seguinte maneira:

CAOS - são situações que não temos conhecimento necessário para falar sobre elas.

INFORMAÇÃO – conjunto de características, fatos ou rotinas, ainda que desconectos, mas que ajudam a jogar uma luz sobre a situação.

CONHECIMENTO - dados coletados e analisados que geram parâmetros comparativos repetidos.

SABEDORIA - conhecimento acumulado ao longo dos anos da vida que nos capacita a identificar uma situação com certeza.

O problema é que nós, que dirigimos ou participamos da direção das igrejas, geralmente queremos entrar direto na sabedoria e no conhecimento sem a base de informação. Pense bem e pelo menos você vai se lembrar de um exemplo de igreja que quis sair do caos pulando degraus direto para a sabedoria.

Quando nos perguntam “Como vai sua Igreja?”, para responder é preciso utilizar critérios diferentes. Uma Igreja não cumpre seu chamado apenas pelo crescimento numérico. Não podemos analisar apenas quantos novos membros entraram em um ano, mas também quantos saíram. Você saberia responder, por exemplo, se os membros de sua congregação possuem:

  • comprometimento com a visão;
  • maturidade espiritual;
  • relacionamento mútuo;
  • vitórias no caminhar com Cristo?

Para se utilizar esses critérios é preciso levantamentos e pesquisas que gerem conhecimento mais consistente. É hora de nos aprofundarmos mais nas nossas situações através de fatos e dados que nos façam enxergar a realidade em toda a sua complexidade e não isoladamente. A própria Palavra de Deus nos alerta quanto a esse respeito. Em Oséias 4:6 lemos: “O meu povo está sendo destruído, porque lhe falta o conhecimento.”

À medida que conquistarmos esse conhecimento e a conseqüente sabedoria – sempre atestada pela Palavra e confirmação do Espírito Santo -, teremos maturidade para tomarmos decisões melhores.

Para chegarmos nesse nível é necessário pensar em critérios que produzam um diagnóstico preciso. Entre as ferramentas que nos auxiliam em tal tarefa, podemos citar pesquisas, levantamentos, relatórios, medições específicas, contínuas e abrangentes que vão fugir da visão restrita e numérica dos membros.

Assim, quando alguém nos perguntar outra vez “como vai a sua Igreja”, poderemos devolver-lhe a questão e indagá-lo: “Especificamente sobre qual área ou ministério o irmão deseja saber?” Mais ainda: poderemos testemunhar das escolhas que temos feito em Jesus e que têm produzido crescimento qualitativo e, acima de tudo, a confirmação do cumprimento do nosso chamado.



Reprodução Autorizada desde que mantida a integridade dos textos, mencionado o autor e o site www.institutojetro.com e comunicada sua utilização através do e-mail artigos@institutojetro.com  

Indicadores de desempenho nas Igrejas

José Valdir Fonteque
Publicado em 06.01.2004


No processo de melhoria contínua da gestão, que possibilite tirar o máximo dos recursos existentes visando o crescimento, manutenção e desenvolvimento de uma igreja, a utilização de ferramentas como “Indicadores de Desempenho” é capítulo importante e que deve ser levado a sério.

Indicadores de desempenho, como o próprio nome sugere, são utilizados para estabelecer o desempenho da igreja em um determinado período, sob alguns prismas. Eles podem ser vários, abrangendo toda a organização, de forma que se tenha a visão do todo.

Se avaliarmos uma igreja somente pelos números financeiros, ou pelo crescimento do número de membros, não teremos a visão clara e global que nos permita realizar comparações.

Como esta igreja desejou crescer? Como planejou caminhar? E como avaliar se este crescimento, este caminhar, foi o esperado?

Conceito

Existem algumas formas de avaliar o desempenho de uma organização e uma delas é feita através do Balanced Scorecard. Esta ferramenta apresenta como base algumas perspectivas, pelas quais uma organização, no caso uma igreja, deve ser observada:

  • - Perspectiva Financeira

  • - Perspectiva dos Processos Internos

  • - Perspectiva da Sociedade/Comunidade (clientes?)

  • - Perspectiva da Aprendizagem e Crescimento

O processo de gerenciamento tradicional baseado nas medidas financeiras ou nas medidas de crescimento quantitativo de uma organização vem sendo criticado nas últimas décadas. A sociedade mudou (está em constante mutação) e exige que a forma de se observar o “estágio” da organização seja feita de maneira mais detalhada, como mensurar se em um determinado período de recessão financeira, uma igreja cresceu em aspectos que não seja o da arrecadação.

Quando falamos de Indicadores de Desempenho, queremos dizer que a avaliação deve ser feita através de leituras múltiplas que reflita o todo.

Segundo o modelo de Kaplan e Norton – Balanced Scorecard – são necessários quatro perspectivas que incluem seu modelo básico. (adaptado pelo autor – com vistas a aplicação em organizações sem fins lucrativos):

1 – Para obtermos sucesso financeiro, como devemos nos relacionar com nossos contribuintes?

2 – Para sermos bem sucedidos em nossa Missão como Igreja, como devemos encarar a sociedade?

3- Para superarmos as expectativas dos membros de nossa igreja e da sociedade, em quais processos devemos nos sobressair?

4- Para sermos bem-sucedidos em nossa missão, como devemos manter nossa capacidade de aprender e crescer?

É importante destacar que os indicadores que estabelecerão o desempenho da igreja estarão intimamente relacionados com o Planejamento Estratégico, pois nele é que serão estabelecidas as metas e as estratégias para alcançá-las.

Outro fator importante que merece destaque no uso dos Indicadores de Desempenho é o da “Organização que Aprende”. Uma organização que aprende é aquela que está habilitada para criar, adquirir, transferir o conhecimento e modificar o seu comportamento, com o propósito de refletir este conhecimento e propiciar novos insight.

O processo de implantação dos Indicadores de Desempenho proporciona este aprendizado para a igreja que passa a conhecer mais a respeito de si e de seus processos. Como estabelecer indicadores capazes de retratar a realidade?

Na grande maioria das organizações e entre elas muitas igrejas, temos observado uma grande ênfase na área financeira e/ou no crescimento quantitativo, como se isto fosse o suficiente para representar o “sucesso”, e se tudo o que foi feito além dos números não devesse ser considerado, ainda mais quando tratamos de assuntos espirituais.

Sabemos que as finanças e o crescimento numérico ocupam papéis importantes, porém não determinante nas igrejas, e que o desempenho tem outras formas de ser mensurado.

Para estabelecermos indicadores que nos ajudem avaliar a igreja, precisamos primeiramente pensar nos grupos de indicadores e qual o peso que cada grupo terá na avaliação como um todo.

Exemplo:

1. Perspectiva Financeira: peso 2
2. Perspectiva dos Processos Internos: peso 3
3. Perspectiva da Sociedade/Comunidade (clientes): peso 4
4. Perspectiva da Aprendizagem e Crescimento: peso 4

Desta forma, poderíamos estabelecer que a “Perspectiva Financeira” é que terá menor valor na avaliação final estabelecida para o período (dois anos, por exemplo), e que as “Perspectivas da Sociedade/Comunidade” e “Do aprendizado e Crescimento” terão maior peso em nossa avaliação. Em outro período, os pesos poderão mudar, dependendo do que se pretende alcançar.

Dentro do grupo “Perspectiva da Sociedade/Comunidade” poderíamos estabelecer os seguintes indicadores:

  • * Número de trabalhos voltados exclusivamente para a comunidade (assistência social, por exemplo) em relação a outro período

  • * Quanto dos recursos arrecadados é aplicado em favor da comunidade (para trabalhos sociais)

Indicadores como esses podem nos dar a clara visão da evolução da igreja através dos resultados que eles apresentem

Vamos trabalhar agora com o exemplo da “Aprendizagem e Crescimento”

  • * De quanto foi o crescimento em número de participantes em nossas reuniões/cultos no período avaliado em relação ao período anterior?

  • * Como as pessoas avaliam o processo de ensino da igreja em relação ao período passado?

É claro que cada uma destas perguntas deverá ser traduzida em indicadores específicos para que consigamos obter dados mensuráveis. Cada uma delas poderá ser decomposta em dois, três ou mais indicadores.

Informações terão que ser obtidas, pesquisas realizadas e todas compiladas, o que dará o “status atual” da igreja. A partir de então será possível estabelecer o “status ideal” e pensar nas estratégias que nos levarão a alcançá-lo.



Reprodução Autorizada desde que mantida a integridade dos textos, mencionado o autor e o site www.institutojetro.com e comunicada sua utilização através do e-mail artigos@institutojetro.com  

A Igreja e o Brasil

Rodolfo Garcia Montosa
Publicado em 28.06.2006

Ao ler o Relatório Síntese de Indicadores Sociais formulado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) dos anos de 2002 e 2004, deparei-me com uma situação socioeconômica de proporções assustadoras e desafiadoras. As mais de 300 páginas de cada relatório trazem em si alguns indícios de melhora na qualidade de vida dos brasileiros, mas, como poderemos constatar a seguir, muito aquém de nossas potencialidades como nação.

Vivemos em um país de 180 milhões de habitantes desesperados na busca da sobrevivência. Tudo começa com a esperança de vida ao nascer. Em nosso país, 216 crianças com menos de 1 ano morrem por dia. Países desenvolvidos não atingem 6% dessa mortalidade infantil. Acima dessa idade, 14,3% dos óbitos não tem causas definidas, chegando ao extremo no estado da Paraíba de 46,5% sem definição da causa-mortis. Já dos homens que morrem, 20% são por causas violentas, com grande concentração na faixa etária de 15 a 29 anos. Na cidade do Rio de Janeiro tem-se 255 óbitos nessa de jovens que morrem ao ano a cada 100.000 habitantes.

No campo da família, nossos números registrados apresentam um índice de 35,58% de separações judiciais e divórcios feitos com o marido na idade média de 36,1 anos e a mulher com 33,6 anos. Esse casal que se separa ficou casado em média 10,5 anos. Uma das conseqüências é 13,8 milhões de famílias onde a mulher é líder solitária para decisões e renda, representando 27,3% do total de 50,4 milhões das famílias brasileiras. Em Belém, por exemplo, o número das mães solitárias chega a 40,4% das famílias daquela cidade. As mulheres entre 15 e 17 anos que tem pelo menos 1 filho representam 7,3% do total dessa idade, sendo que Fortaleza, por exemplo, chega a ter 9,3% de adolescentes que já são mães.

Já no campo da educação, os desafios começam com a marca de 15 milhões de pessoas de acima de 15 anos que declaram não saber ler e escrever. Do total de adultos, 27,3% tem menos de 4 anos de estudo escolar. No Nordeste esse número sobre para 42,8% de adultos com baixa escolaridade. A população economicamente ativa apresenta uma média de 6,7 anos de estudo, ou seja, não completou o ensino fundamental.

O contexto social conduz a uma situação econômica que obriga o trabalho infantil (10 a 14 anos) de 12,9%, sendo que no Maranhão, por exemplo, é de 27,2%. Em paralelo a isso, 12,5% dos jovens entre 18 e 24 anos não conseguem acesso ao primeiro emprego, acima da taxa geral de desemprego nacional de 6,2%. Daqueles que estão empregados, 40% não tem carteira de trabalho, refletindo a economia informal do país. Dos assalariados, 50% ganha até 2 salários mínimos, sendo que no Nordeste 16% vive somente com meio salário mínimo. Para complicar mais ainda a situação, 50% dos mais pobres tem rendimento total equivalente a 1% dos mais ricos.

Essa realidade econômica do brasileiro conduz à marca de 7,2 milhões de moradias faltantes para as famílias. O quadro dos domicílios existentes não é dos melhores, pois 38% das residências tem um saneamento inadequado, sendo que a Região Norte do país 89% está inadequado. Ao todo, existem 9,5 milhões de domicílios com fossas rudimentares ou que jogam os dejetos diretamente em valas, rios, lagos ou no mar.

Estima-se que 23 milhões de pessoas vivem abaixo da linha de indigência, o que equivale dizer que 13,13% da população tem renda inferior ao valor de uma cesta de alimentos que permita a ingestão de 2.100 calorias diárias. Não é sem razão que existem 170.000 detentos em 512 prisões representando um dos 10 maiores sistemas penais do mundo, que cresce à taxa de 6% a.a.

Com tantos números, que representam ainda tão pouco do desafio Brasil, a medição do Índice de Percepção de Corrupção dos Indivíduos nos traz a nota de 3,9, levando-nos à posição 62, dentre 151 países analisados, onde a nota máxima atingida foi de 9,1. Ou seja, fomos reprovados na prova da corrupção.

Na tentativa de se sintetizar essa realidade, as Nações Unidas adotaram o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) desenvolvido por um economista paquistanês que formula a partir de indicadores de Educação, Longevidade e Renda, colocando o Brasil está na 63ª colocação no ranking do IDH de 2005 (em 177 países no total), com um índice de 0,792 (médio desenvolvimento humano).

Essa realidade deve afetar-nos como Igreja de Cristo, pois nossos púlpitos não podem desconsiderar a realidade intelectual e social daqueles que queremos atingir. Deve afetar a intensidade e perseverança de nossas orações pelos governantes e pelo povo tão sofrido. Deve afetar nossa ação e responsabilidade social, pois não podemos viver um evangelho alienado dessa carência exposta diante de nossos olhos. Deve afetar nossa agenda e determinação de nossas prioridades financeiras que, vez por outra, caminham para imobilizações em templos e estruturas suntuosas. Deve afetar a formação e mobilização de nossos líderes, não apenas para um comportamento proselitista, como que se números de membros afetassem nosso galardão celestial, mas impactando a qualidade, profundidade e abrangência de nossos serviços, compartilhamento e comunhão práticas. Deve afetar nossa estrutura mental moderna, muitas vezes egoísta e egocêntrica, ensimesmada e consumista, para a estrutura neotestamentária altruísta e comunitária.

Se toda a estratégia de qualquer organização deve priorizar o conhecimento e atendimento de seu público alvo, eis aqui muita razão para repensarmos nossa maneira de operar e tomar decisões sobre o caminhar da Igreja no Brasil.



Reprodução Autorizada desde que mantida a integridade dos textos, mencionado o autor e o site www.institutojetro.com e comunicada sua utilização através do e-mail artigos@institutojetro.com  

Valor das metas no ministério cristão

Roberto Braz do Nascimento
Publicado em 08.08.2006



Sonhar é preciso. Sem sonhos começamos a morrer ou vivemos para cumprir os sonhos de outrem. No entanto, nas igrejas, muitos sonham alto mas não têm a mínima noção de como chegar ao sonho proposto no coração.

Deus sonhou em resgatar a humanidade e elaborou um plano para concretizar esse sonho maravilhoso. Com certeza, Deus pensou na maravilhosa bênção de voltar a ter o ser humano restaurado ao seu estado original, uma vez que o pecado tornou o homem um ser maldoso e distante do seu Criador. Mas Ele teve de idealizar uma estratégia para alcançar esse objetivo. A essa estratégia, que é um conjunto de ações e atitudes práticas e seqüenciais para alcançar o objetivo, chamamos de metas.

O ponto-chave para a realização de um ministério de sucesso passa necessariamente pela obtenção de uma visão clara e divina daquilo que queremos, pela encarnação dessa visão, tornando-a missão de vida, e pelo estabelecimento de metas para otimizar esta visão para não se perder na caminhada ministerial.

Um ministro do Evangelho precisa trabalhar dentro de uma visão clara. Todo líder precisa saber que a visão é o fundamento de toda tarefa em liderança. A visão exige ação e dedicação. Chamamos isso de missão. Contudo, sua visão de ministério não será realizada a não ser através de um ousado conjunto de metas.

Henry Kaiser disse: "Defina claramente o que você quer mais que qualquer outra coisa na vida; registre os meios pelos quais você pretende consegui-lo e não permita que nada, seja lá o que for, o impeça de alcançar essa meta." Na Bíblia encontramos exemplos claros de como Deus leva a sério esse assunto. A começar em Gênesis, nos deparamos com o chamado de Deus para Noé livrar a raça humana do extermínio.

Nesse episódio Deus revelou a Noé o seu plano de preservá-lo juntamente com sua família e, ao mesmo tempo, destruir a raça humana através do dilúvio. Veja que Deus deu a visão, que se tornou a missão de sua vida, mas a realização desta missão foi levada a cabo através de um plano de metas bem rígido e seqüencial estabelecido pelo próprio Deus, antes de qualquer coisa (Gn 6: 13-22).

Outro texto que me impressiona muito acerca desse assunto é o de 1Sm 15: 1-35. Nessa passagem, vemos Deus ordenando a Saul, rei de Israel, através de Samuel, a destruição dos amalequitas. Veja a ordem: "Vai, pois, pois agora, e fere a Amaleque, e destrói totalmente tudo o que tiver, e não lhe perdoes; porém matarás desde o homem até a mulher, desde os meninos até aos de peito, desde os bois até às ovelhas e desde os camelos até aos jumentos". Infelizmente Saul, ao invés de cumprir as metas de acordo com a visão que Deus lhe dera, fez do seu próprio jeito.

No primeiro texto vimos que Noé cumpriu as metas estabelecidas por Deus: construiu a arca, colocou os animais dentro dela literalmente como Deus lhe ordenara e teve seu nome eternizado como um líder fiel e vitorioso. Já no segundo exemplo, Saul não levou muito a sério a realização de sua tarefa ministerial de acordo com um plano de metas baseado na visão que Deus lhe dera, que era a de destruir completamente os amalequitas, e isso lhe custou o reinado e o seu nome passou para a história como um dos líderes bíblicos derrotados por infidelidade e incapacidade de dar conta da responsabilidade que recebera de Deus. Veja a importância das metas no ministério cristão.

As metas nos desafiam

Ninguém sobrevive sem desafios novos e interessantes. Desde a infância somos movidos por desafios: aprender a falar, andar, escrever, etc...

Na vida temos de estabelecer metas para alcançarmos nossos sonhos. Caso contrário, nossos sonhos acabarão se tornando pesadelos, uma vez que os sonhos não se realizam sem trabalho e esforço. Todo esforço e trabalho sem etapas mensuráveis não produzem os efeitos desejáveis. As metas podem produzir uma atmosfera propícia para suportarmos a espera de uma conquista.

Veja que Noé trabalhou mais de cem anos motivado pela salvação de sua vida e de sua família na construção da arca (Hb 11: 7). Jesus viveu como homem, mesmo sendo Deus, por 33 anos e meio, motivado pela salvação da humanidade (Fp 2:6-11). Leia esse texto. Cada ministro tem no reino de Deus uma missão, que é a de fazer outros discípulos, e deve desenvolver o ministério para o qual foi chamado dentro da visão recebida de Deus. Isso certamente nos desafia a estabelecer metas.

Jesus enfrentou a cruz porque essa era uma das metas estabelecidas em seu ministério. Foi um desafio grandioso, mas ele o fez, porque fazia parte de um todo que o levaria ao status de Salvador do mundo de acordo com o plano geral do Pai, que ele mesmo havia aceitado por amor do seu Santo Nome e também por amor à humanidade.

A realização de metas nos consolida como líderes (1Sm 15: 22)

Saul não foi consolidado como um rei de sucesso porque vacilou na hora de cumprir as metas estabelecidas por Deus através de seu líder espiritual que era Samuel. Cada pessoa que deseja tornar-se um líder de sucesso tem de cumprir suas metas na igreja.

Na vida, de um modo em geral, só conseguimos êxito quando alcançamos nossos alvos. Cada área da nossa vida tem de ser consolidada por metas alcançadas. Estabeleça suas metas na sua vida espiritual, familiar, material e pessoal e lute porque o seu sucesso depende de sua capacidade de perseguir as metas. Ouça o seu líder e seja fiel a ele. Não seja como Saul, que ignorou Samuel e fez as coisas do seu jeito.

A prática das metas treina nossa obediência: "Eis que o obedecer é melhor que do que o sacrificar."

Por causa do tempo em que vivemos no mundo sem Jesus, não estamos preparados para a obediência. Por isso as metas nos ajudam a treinar esse aspecto da nossa conduta diante de Deus. Sem obediência não alcançaremos êxito na vida.

A obediência aos pais, aos discipuladores, aos pastores e principalmente a Deus é indispensável. Temos de aprender a fazer as coisas do jeito de Deus. Não basta fazer! Há pessoas que acham que o importante é unicamente fazer, mas a Bíblia nos mostra que o importante é fazer como Deus deseja.

As metas curam o caráter, afiando nossas capacidades

As pessoas resistem às metas porque não são treinadas para receber ordens e não gostam disso. Sentem-se ofendidas, manipuladas e ameaçadas.

A visão que nos leva a uma missão e ao estabelecimento de metas despertará sonhos de ganhar vidas, de nos encontrarmos e de termos um ministério pautado em ações específicas que tragam resultados. Nosso medo das metas vem da referência negativa que temos na nossa tradição cristã baseada numa igreja onde o trabalho era feito por poucos e apreciado e criticado por muitos. Leia Hb 5: 8; Mt 9: 13; Ec 10: 10; 2Tm 2: 15.

As metas dão objetividade ao ministério

Um ministro não pode perder tempo com coisas supérfluas, nem tampouco perder tempo realizando aquilo que, embora seja bom, não faça parte da sua visão de ministério. Há muita coisa boa desenvolvida no mundo cristão, mas nem todas têm relação com a minha visão ministerial. E minha missão não é fazer tudo aquilo que é bom, mas aquilo que Deus preparou para mim. Nesse caso as metas nos ajudam muito porque elas nos tiram do ativismo e nos colocam nos trilhos da visão de Deus pra nós.

Jesus realizou seu ministério baseado numa visão clara revelada nos profetas. Encarnou sua missão de forma radical, mas com metas objetivas. Em Mc 1: 38 Jesus, que já havia curado muita gente no dia anterior, se recusa a ter sua agenda imposta pelo povo ou pelas circunstâncias daquele momento.

A multidão queria que Jesus continuasse por ali para curar os demais enfermos daquelas cercanias que estavam vindo até ele. Mas ele disse: "Vamos às aldeias vizinhas, para que ali eu também pregue, porque para isso vim." Isso deixa claro que o ministério cristão precisa de objetividade e não somente de ser preenchido com muitas atividades, por melhor ou mais interessantes que sejam.

Princípios para o estabelecimento de metas

1 - Mensurabilidade

Nunca se deve estabelecer uma meta que não possa ser medida. Exemplo: "minha meta é ganhar minha cidade para Jesus". Essa é uma visão, um sonho, e não uma meta. "Vamos treinar 500 líderes em 3 anos para evangelizar a cidade". Isso é uma meta mensurável. Cada meta é parte de todo um sistema de metas com a finalidade de cumprir a visão.

2 - Organização

Quando estabelecemos metas, somos forçados a organizá-las dentro de uma ordem de prioridades para que não haja conflito de metas ou duplicação de esforços. Sem organização é impossível alcançar sucesso. As pessoas envolvidas na visão de uma igreja ou ministério precisam saber o que elas devem fazer, como e quando.

O ministro cristão deve saber organizar-se e distribuir as tarefas de acordo com as aptidões, a visão em execução e os apelos da Palavra de Deus. Aprenda a separar as metas organizadamente: estilo de vida pessoal, atividades sociais, metas financeiras, metas de família, etc. Uma forma correta de organizar metas é escrevê-las e treinar as pessoas; no caso de metas pessoais, lê-las com freqüência e fazer avaliações periódicas.

3 - Separar as metas permanentes das temporais

As metas são muitas e precisamos aprender a separar as temporais das permanentes para não nos perdermos e ficarmos concentrados em um tipo só de meta, amargando o prejuízo da perda do foco ou visão. Exemplo: orar uma hora por dia deve ser uma meta permanente, porém evangelizar dois jovens no centro da cidade por semana não. A oração deve ser permanente: nunca devemos parar de orar; contudo evangelizar os jovens não.

As metas podem mudar, mesmo porque elas são muitas numa visão ministerial. Temos de estar atentos para modificarmos as metas assim que as situações exigirem.

4 - Realismo

Há muito exagero por aí. Os líderes nem sempre olham para a realidade que os cerca e isso é um perigo muito grande que pode render frustração e fracasso. Por exemplo: um seminarista de 2° ano num curso de 4 anos não pode estabelecer a meta de ser diretor do seminário em um ano. Mas, se ele estabelecer a meta de alcançar esse objetivo em 20 anos, isso fica mais realista. O ministério não suporta mágica. Ele é feito por homens e mulheres de visão, mas também por pessoas que sabem discernir seu potencial sem subestimá-lo nem superestimá-lo.

Conclusão

O desejo de Deus é que aprendamos a colocar em prática o propósito maravilhoso que ele tem para as nossas vidas através de metas mensuráveis e não vivamos por aí fazendo as coisas de qualquer jeito, sem organização. Lute e descubra o que Deus tem pra você e estabeleça como você vai fazer cada coisa e quando vai fazer.

O estabelecimento de metas é fruto de uma disciplina permanente. Não há como você elaborá-las de uma vez por todas. Seja um ministro de visão clara, apaixonado, a ponto de tornar sua visão na missão da sua vida. Seja capaz de estabelecer metas bem definidas e trabalhar focalizado nelas em todo o tempo.



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Vontade de Deus ou (des)organização?

Solano Portela

Publicado em 10.10.2008


Verdadeiramente somos carentes, na esfera evangélica, de um planejamento eficaz. Talvez, em alguns campos, a raiz da situação esteja numa reação exagerada à rigidez litúrgica, hierárquica e de planejamento da Igreja Romana. Em outros, teria vindo como uma rebelião ao formalismo das denominações mais estruturadas. De qualquer forma criou-se, no campo evangélico, a idéia de que qualquer planejamento e organização maior, no que diz respeito às coisas do Reino de Deus, seria uma "camisa de força" inadequada.

Durante muito tempo perseguimos, portanto, a espontaneidade a qualquer custo, ao ponto de chegarmos a identificar "espiritualidade" com a falta de organização e ordem, característica de muitas de nossas igrejas. O medo, justificado, da "ortodoxia morta" resultou no "vale tudo espiritual" onde qualquer ação, desde que "cristianizada" com palavras de ordem bíblicas, são admissíveis, não apenas na liturgia, como também no encaminhamento dos assuntos e das várias tarefas da igreja.

Seguramente muitas das nossas atividades eclesiásticas, desde as simples reuniões do Conselho até os grandes congressos e campanhas nacionais, têm refletido falta de planejamento, organização e objetividade. Freqüentemente reuniões são realizadas num clima em que os presentes procuram, simultaneamente, resolver todos os problemas, dispersando-se em discussões infrutíferas que só servem para prolongar o término, arrastando os participantes a uma situação de exaustão total. Não raro existe, quando muito, uma pequena pauta cujo objetivo principal, parece, é ser sistematicamente desobedecida.

Algumas vezes campanhas ou programas são estabelecidos, mas morrem pelo meio do caminho e nunca chegam a ser concluídos, geralmente pela falta do estabelecimento de uma data limite, de um responsável pelo encaminhamento do projeto ou de uma simples sistemática de acompanhamento por algum órgão superior. Com freqüência somos testemunhas de grandes intenções que são seguidas de parcas realizações. Essas situações evidenciam não apenas da falta de planejamento, mas também de que a utilização de um mínimo de organização pode resultar em considerável eficiência no encaminhamento das coisas do Reino.

Já nos avisa a Escritura Sagrada que os descrentes são, de muitas maneiras, mais sagazes e sábios que os crentes (Lc 16.8 — pois os filhos deste mundo são mais prudentes na sua geração do que os filhos da luz).1 Temos observado as organizações "seculares" se concentrarem no planejamento e na organização enquanto nós, no campo evangélico, abrimos mão de toda esta capacidade que nos foi dada por Deus.

Uma empresa "secular" raramente realiza uma reunião sem antes existir um planejamento sobre os objetivos, a duração e os meios de demonstração, enquanto que em nossas igrejas achamos que essas coisas necessitam apenas de um planejamento mínimo. Uma organização secular quase nunca embarca em uma atividade ou programa sem antes avaliar todos os ângulos, sem colocar responsáveis definidos com delegação de poderes claramente delimitada e com algum tipo de acompanhamento da própria execução.

Nas igrejas nos acostumamos a creditar o sucesso, ou insucesso de algo, à "vontade de Deus", sem parar para pensar que a boa organização nada mais é do que o exercício eficaz da mordomia dos talentos, capacidades e recursos que Deus colocou em nossas mãos, para a sua glória.

Planejamento e organização possuem base bíblica

Deus planejou tudo e executa o seu plano (Is 46.9-11). Ele deu ao homem o mandato de dominar a Criação (Gn 1.28) e de sujeitá-la, para sua glória. Tendo sido criado à imagem e semelhança de Deus, o homem é um ser que planeja também, mesmo em sua condição de pecador e mesmo com esta imagem afetada pelo pecado. O homem, conseqüentemente, procura determinar metas e visualizar suas ações antes destas ocorrerem (Pv 13.19 e 16.9).

Na esfera eclesiástica, Deus planejou, instituiu e determinou ao seu povo, debaixo da Antiga Aliança, toda a sistemática das cerimônias, requerendo obediência no cumprimento de todos os seus passos. Deus desejava, através dela, focalizar as atenções dos israelitas no Messias que haveria de vir e redimir o seu povo. Neste sentido, o povo foi ensinado a planejar e a organizar, em sua esfera, as festas e sacrifícios e existia considerável rigidez litúrgica, assim como sistematização e repetição. Nada de "qualquer um faz qualquer coisa, a qualquer hora", mas ações e obrigações definidas e todas relevantes ao enfoque central das práticas de adoração.

Na esfera administrativa, a sobrecarga e a desorganização, temporariamente experimentadas por Moisés, quando todas as decisões e definições foram colocadas sobre seus ombros, foi prontamente estruturada por Deus, através da palavra sábia de Jetro (Êx 18.13-26). Deus fez com que um sistema de delegação e representatividade fosse rapidamente estabelecido, aliviando Moisés de uma tarefa impossível, permitindo que o grande servo de Deus se concentrasse na tarefa de realmente liderar.

Deus não é, portanto, avesso ao planejamento e à sistematização da nossa parte, tanto mais porque ele próprio nos ensina que interage com a sua criação em seus tempos determinados (Ec 3.1-8), definindo, conseqüentemente, padrões de ordem e uma hierarquia de prioridades que devem nos auxiliar na execução dos nossos deveres, como seus servos.

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A Igreja precisa de uma Missão?

Josué Campanhã
Publicado em 02.08.2009


Bill Hybells, pastor em Chicago, conta que certa vez foi participar de uma corrida de barcos. Ele era o dono do barco e tinha uma equipe de amadores que o ajudava. O regulamento permitia que um corredor profissional estivesse presente em cada barco para ajudar a equipe.

Ele convidou um dos veteranos corredores americanos. No dia da corrida, toda a equipe estava pronta e aquele corredor chegou. Depois de apresentar a equipe, Bill entregou o comando a ele. Aquele corredor disse que não poderiam sair dali sem antes definir algumas coisas. Em primeiro lugar ele perguntou:

- Qual é a nossa missão?

Todos ficaram se olhando e então alguém respondeu:

- Pretendemos ganhar a corrida.

Então ele disse:

- Ótimo, temos um bom ponto de partida, sabemos onde queremos chegar.

Depois disto ele ainda fez uma porção de perguntas, mas o objetivo inicial já tinha sido definido. A base de um planejamento também é esta. Se não houver a definição da missão da igreja, outras definições que venham a ser tomadas estarão soltas no ar, como pedras de meteorito no espaço. Estas pedras podem se colidir e provocar grandes estragos.

Muitas colisões que existem na igreja ocorrem porque os ministérios estão soltos. Talvez alguns deles até tenham uma direção, mas não estão olhando para o mesmo foco, e não tem uma visão geral.

A elaboração de uma declaração de missão

Muitos líderes argumentam que a igreja não precisa definir uma missão, pois ela já foi definida por Jesus. Isto é correto. Não dá para inventar uma nova missão para a igreja, diferente da que Jesus deixou.

No entanto, uma comparação simples torna possível entender uma coisa. Quando se pergunta qual é a missão de uma empresa de informática, a resposta é: fornecer tecnologia. Esta era a resposta que a IBM tinha anos atrás, antes que Bill Gates fundasse a Microsoft. Todas as empresas de informática eram iguais e pareciam ter a mesma missão. Depois que a Microsoft foi fundada, ela definiu como missão “ter um computador em cada casa do mundo”. Só que ela nunca fabricou um computador. O objetivo era: onde existir um computador a Microsoft teria um software instalado. Isto fez com que uma empresa criada na garagem com alguns jovens malucos se tornasse a maior do mundo. E a IBM? Ela quase desapareceu, e teve que se reinvetar para sobreviver.

Quando dizemos que todas as igrejas tem a mesma missão, isto é fato. Entretanto, muitas igrejas estão preocupadas em manter aquilo que sempre fizeram. Elas não contextualizam e nem criam um jeito diferente de fazer aquilo para o qual existem.

Talvez a sua igreja sempre esteve preocupada em manter aquilo que sempre fez. No entanto, é preciso fazer melhor aquilo que já se faz. Peter Ducker diz que “os fatores essenciais ao sucesso de uma missão são: Faça melhor aquilo que você já faz bem, se essa for a coisa certa a ser feita; olhe para fora em busca de oportunidades e necessidades. Um novo padrão é estabelecido quando se faz bem uma coisa. Isto é compromisso com a missão.”

A missão de uma igreja caracteriza o âmago do ministério a ser desenvolvido. Para John Stott, muitos consideram iguais os termos missão e evangelização, missionários e evangelistas e missões e programas de evangelização. Isto seria limitar demais a missão da igreja.

Isto nos leva a pensar em algumas coisas que Jesus afirmou, e que se relacionam com a missão da igreja. Jesus veio para servir e enviou sua igreja para servir ao mundo: 

        “...tal como o Filho do homem, que não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate de muitos”. Mateus 20.28 

        “Assim com tu me enviaste ao mundo, também eu vos envio ao mundo”. João 17.18 

        “Porque eu vos dei o exemplo, para que, como eu vos fiz, façais vós também”. João 13.15

Russell Shedd afirma que: “A vontade de Deus para Jesus Cristo é também a vontade de Deus para a igreja”. Considerar a missão da igreja apenas evangelizar é superficilizar sua missão. Uma missão superficial gera um ensino superficial e realimenta um ciclo vicioso.

Para refletir

Uma igreja precisa tomar aquilo que Jesus nos deixou como missão, pensar na profundidade e extensão disto e contextualizar isto para esta geração. A falta de reflexão na contextualização da missão leva à superficialidade. A superficialidade da missão leva à superficialidade dos planos.

Todos os hospitais tem a mesma missão, mas em alguns deles nós não queremos nem entrar. Todos os hotéis tem a mesma missão, mas em alguns deles nós não queremos passar nem na porta. Assim é também com a igreja. Todas elas tem a mesma missão, mas algumas decidiram refletir e contextualizar sua missão. Elas entenderam o que Jesus disse há dois mil anos, mas buscaram a ajuda do Espírito Santo para conseguir causar um impacto no século 21.

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Gestão por processos no contexto da Igreja

Maicon Putti

Publicado em 02.08.2009


As igrejas são organizações estruturadas através de vários departamentos, por exemplo: área de louvor, administrativa, pastoral, jovens, adolescentes, etc. Muitas vezes, em função de sua estrutura, o número de informações numa igreja pode ser até maior do que em uma empresa.

Uma forma de compreender melhor tudo isso seria através do desenho de um organograma, que representa a estrutura organizacional da igreja, sua linha de comunicação, comando, etc. Este foi o conselho dado por Jetro a Moisés em Êxodo18.

Cada ação realizada na igreja representa uma atividade. Uma forma de estruturarmos estas operações é descrevendo cada processo, sendo que este é representado por qualquer atividade que recebe uma entrada, realiza uma transformação agregando valor e gera uma saída para um “cliente” interno e externo.

Administrar a igreja através dos processos é buscar otimização e melhoria no fluxo de atividades, para atender as expectativas dos “clientes” internos e externos, assegurando um bom desempenho, com a mínima utilização dos recursos e o máximo de acerto.

A Bíblia diz em I Coríntios 14:40 “Mas tudo deve ser feito com decência e ordem”, ou seja, o reino de Deus deve ser executado com organização, e a aplicação de processos na organização de igrejas pode gerar os seguintes benefícios:

- proporcionar uma conexão de todas as áreas;
- melhorar a otimização das equipes;
- otimizar a utilização de recursos para realizar um evento;
- desenvolver padrões para atividades;
- prevenir a ocorrência de erros;
- eliminar o re-trabalho;
- prover meios de efetivar, mais rapidamente, mudanças complexas, dentre outras.

Para alcançar os benefícios citados, as seguintes etapas precisam ser cumpridas. Em primeiro lugar, elaborar um organograma da igreja. Em segundo, elaborar um mapa dos processos da igreja, onde são identificados os processos de apoio, primários e secundários. Em terceiro lugar, estabelecer os procedimentos para padronizar cada operação da igreja. Por último, estabelecer indicadores de desempenho para fornecer ao Conselho Pastoral informações essenciais para a boa gestão da comunidade.

Nosso maior desejo é agradar o coração do Pai em tudo o que realizamos e fazer aos homens como se fosse para Deus. Isto é buscar a excelência e, para isto, uma possibilidade é descrever os processos que irão agregar valor na organização das igrejas, contribuindo para a melhoria contínua e para o aperfeiçoamento das atividades, bem como a condução do povo de Deus.

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A Ética na formação pastoral

A ética na formação pastoral
Ariovaldo Ramos
Publicado em 08.08.2006

A batalha pelo ser humano, nesta era pós cristã, dar-se-á no campo da ética. Não só porque o que está em pauta é a questão das finalidades, mas, também, porque é único campo onde as forças pró ser humano podem travá-la. A globalização já decidiu o rumo da vida humana nos campos econômicos e sociais, a sociedade já está estruturada de modo irreversível, independente das forças que assumam o poder nas nações, pois, o que está em curso é supra-nacional. Resta, portanto, o campo da ética.

Julio Santa Ana, em seu artigo "Ética, cinco anos depois..." nos dá um quadro sobre a questão ética nos relacionamentos internacionais: 1- o crescimento da economia mundial e o desenvolvimento tecnológico já permitiria a diminuição da carga horária para os trabalhadores, permitindo melhor desfrute do progresso, os empresários, entretanto, optaram pela despensa de funcionários e, mais que isso, pela exclusão do mercado de toda uma massa de trabalhadores ; 2- no plano geopolítico, os Estados Unidos da América, dada sua inquestionável superioridade bélica, tornaram-se o xerife do mundo: estão em condições de intervir em qualquer conflito mundial, garantindo, assim, um clima de paz, porém, só o fazem de acordo com os seus interesses particulares; 3- a cultura que está sendo disseminada é a “mass media”, a cultura da classe dominante mundial - sobreviverá o movimento cultural que se adaptar, que se inserir.

Regis de Morais, no escrito "Retomar a ética à luz de nosso tempo", reitera que a batalha a ser travada é ética: "a proscrita de grande parte do século XX - a ética - voltou agindo discretamente. Discreta, mas eficientemente." diz ele. Insiste que esse é o caminho da esperança: "Nenhuma hora é hora de desistir. Sempre repito que nós podemos ter tentado muitas alternativas, mas, com certeza não tentamos todas." Descreve, em relação ao Brasil, um quadro positivo, que passa pela deposição de um presidente da república, pelo fortalecimento sindical, pela indignação frente ao desmando político, pela reação frente a absurdos como as chacinas e atos estúpidos como o assassinato de Galdino: o índio patachó. Declara que essa batalha tem uma nova e decisiva frente: a questão das drogas. Por quê declara que tudo isso é questão ética? Porque ética - ethos, em grego - designa a morada do homem, não é algo pronto, porém, é a busca de construir um abrigo permanente onde o homem se realize plenamente - ambiente que faça jus ao termo humano. Esta batalha encerra a busca de soluções estruturais e de conversões pessoais.

Luiz Alberto Gómez de Souza, em "O legado de Betinho: a ética na política" chama-nos a atenção para o grande soldado pela ética surgido em solo pátrio, Betinho, mostrando como a opção deste pela sociedade, num projeto suprapartidário despertou a nação para a consciência da possibilidade de construir uma sociedade igualitária, participativa, livre, diversa e solidária a partir da adoção de uma ética que estabelece o sentido do público como a busca do bem de todos e subordina o direito de alguns aos direitos da maioria. Deixou claro que esse é um caminho longo, que tem de ser percorrido com liberdade, principalmente, em relação às amarras que impõe formas restritas de encaminhamento da coisa pública, como os partidos políticos, numa consciência de que política é um exercício de vida que se baseia na crença de que a sociedade não está presa às garras de nenhum tipo de fatalismo, o que torna possível sonhar com transformações sociais profundas.

Manfredo Araújo de Oliveira, no texto "Os dilemas éticos de uma economia de mercado" - afirma que "desemprego estrutural, crise ecológica e nova problemática da relação norte-sul são problemas extremamente sérios que revelam com toda a clareza, a dramaticidade dos dilemas éticos de uma economia de mercado capitalista. Se não formos capazes de enfrentar esses dilemas, talvez a sobrevivência do ser humano em nosso planeta se torne impossível." Isto porque desde Hobbes, a economia de mercado passou a ser considerada um sistema neutro de produção de riqueza onde a justa distribuição desta não está em pauta. Essa lógica cruel gerou um nível de desigualdade social insuportável, fragilizou as economias emergentes, como, estarrecidos, estamos assistindo, comprometeu o ecossistema. Estamos frente a um dilema básico: "a relação entre eficiência e justiça: uma batalha ética.

Todas essas contribuições nos remetem para a necessidade da ética na formação pastoral, pois, como agente propagador e construtor do Reino de Deus, o pastor é, eminentemente, um propagador da ética, ou, talvez, devêssemos dizer de éticas. O Reino de Deus se propõe a ser a casa do homem onde o humano se concretiza. José Adriano Filho, em seu texto: "Denúncia dos causadores da ruína do povo" chama atenção para o fato de que o movimento profético dos séculos VIII e VII A.C. caracterizou-se, marcadamente, por essa pregação ética levada a efeito por meio da denúncia que, evocando o pacto, fazia lembrar a nação que o Deus da Bíblia é o Deus dos e pró pequeninos. Além da denúncia, o pastor deve compreender que o pastorado, mais do que o cuidado pastoral da ovelha, enquanto indivíduo, tem de se caracterizar pela construção de modelos comunitários que exemplifiquem o que deve ser a casa do homem, isto é, que sejam paradigmas éticos. "Não se pode esconder uma cidade edificada sobre o monte" (mt 5.14), disse Jesus. O mesmo que, reiteradas vezes, pronunciou: "eu, porém, vos digo" numa campanha pela compreensão da ética proposta por Deus.

O pastor precisa aprender que atuação da igreja passa pela proposição de caminho que oriente o ser humano em seu devir pessoal e social. Que soberania divina, eleição, predestinação não têm nada a ver com fatalismo ou determinismo. O ser humano é co-agente da história, por isso será julgado. O homem é responsável. É preciso compreender o papel da graça comum, que torna a vida e o progresso possíveis enquanto se desenrola a história da salvação. Ainda que a perfeição não seja passível de ser alcançada, a melhoria, o aprimoramento social o é. A salvação tem de ser apreendida em seu papel social, pois salvação é sempre para e não apenas por.

A ética tem de ocupar papel preponderante na formação pastoral, além do exposto, por ser categoria teleológica, ou seja, por fazer parte do capítulo que trata das finalidades. Por quê e para o que somos. E esta é a matéria prima da teologia, esta só existe na forma que a conhecemos porque o ser humano perdeu a capacidade de responder essa questão. É claro, portanto, que o ministério pastoral é pró-ética, uma vez que não faria sentido falar de conversão se não houvesse para onde ir, ou melhor para onde voltar. É claro, também, que isso afeta o todo humano: o indivíduo, a sociedade, a política, a economia, a cidade, o campo - todos os componentes do ethos, da casa humana.

O evangelho que ora assistimos é antiético, não constrói casa alguma, na medida que promove o individualismo alienante, a irresponsabilidade social e histórica, nesse sentido atenta contra a solidariedade e, quando age socialmente, opta pelo paternalismo da assistência social que não conscientiza, não desperta companheirismo e comunidade, nem promove libertação. Não se dá conta de que há uma ação perversa de alienação em curso, cujo objetivo é fazer os pequeninos converterem-se não só aos seus opressores como aos meios de opressão; realidade, essa, muito bem retratada por Chico Buarque na letra:

"A novidade que há no brejo da cruz,
são as crianças se alimentarem de luz.
(...)
Mas há milhões desses seres que se disfarçam tão bem.
Ninguém pergunta de onde essa gente vem.
(...)
Já não se lembram que há um brejo da cruz,
que eram crianças, e que comiam luz."

Ou a ética faz parte da educação teológica ou teremos um evangelho antiético, antihistória e escravizador por individualista que será.

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Você é lider de sua vida?

Entrevista com César Souza Publicado em 08.09.2010


Muito se fala sobre liderança, alguns acreditam que ser um bom líder é ter muitos seguidores, é ter simpatia, carisma, é conquistar a atenção e carinho dos seguidores para cumprir uma missão.  Mas liderar de fato é  formar outros líderes em vez de apenas seguidores, é inspirar pessoas pelos valores, em vez de apenas pelo carisma, é ter uma causa e não apenas metas e atividades a cumprir.
E para liderar os outros de forma mais eficaz, é imprescindível tornar-se líder da sua própria vida, conhecendo seus limites e suas capacidades, direcionando seus esforços e sabendo exatamente aonde quer chegar.
É sobre isto que o autor do novo bestseller "Você é o líder da sua vida?", publicado recentemente pela Editora Sextante, também autor de "Você é do tamanho de seus sonhos" e o "Momento da sua virada", nos fala nesta entrevista.
Com sólida experiência como executivo, César Souza foi até 1998 Vice-Presidente da Odebrecht of América, Inc, radicado em Washington nos EUA, onde implementou uma visão de negócio que muito contribuiu para a internacionalização da empresa. Até 2001 foi sócio-diretor do Monitor Group, empresa fundada por Michael Porter. Cesar é colunista de duas publicações. Na revista Exame PME assina a coluna "Na Prática" e na Gazeta Mercantil é autor da coluna quinzenal "Ponto C - de Competência". Consultor, Autor e Palestrante, César Souza é presidente da EMPREENDA, empresa de consultoria em Estratégia, MKT, RH. Esta entrevista foi realizada pelo site ogerente.com.br.

Como você definiria liderança?


César - Liderança é a arte de influenciar pessoas. Conseguir resultados incomuns de pessoas comuns. Obter integração e sinergia entre pessoas. Motivar pessoas a dar o melhor de si. Surpreender pelos resultados coletivos.

Porque você acredita que ainda existe tanta confusão entre chefia e liderança, quando na realidade são duas coisas tão diferentes?


César - A literatura sobre liderança acaba ensinando pessoas a serem gerentes mais eficientes e não a serem líderes mais eficazes. Ensinam que liderança é trabalhar melhor com a equipe e dentro das paredes da empresa. Trata-se de uma visão míope que precisa ser mudada.

Qual seria sua principal recomendação para jovens ambiciosos que buscam ser líderes mas ainda não sabem quais passos devem tomar?

César - Antes de pretender liderar os outros, aprenda a liderar a si próprio. Por isso o título do meu livro "Você é o Líder da Sua vida"!

Como a correria do dia-a-dia pode impedir os líderes de exercerem uma liderança autêntica?

César - A correria não é inimiga de líderes autênticos. Esses sabem que velocidade é fator de competitividade hoje e que o mundo se divide entre os lentos e os ágeis. O que impede líderes de serem autênticos é uma série de formas de pensar que precisam ser superadas, como: que o líder já nasce pronto; que existe um modelo ideal de líder; que liderança é coisa de alguns poucos privilegiados, visionários; que líder forma seguidores (em vez de formar outros líderes). Isso sim precisa ser mudado.

O que pode ser feito para combater esta situação?

César - Reeducar nossos líderes. Infelizmente ainda estamos formando líderes para uma realidade que já não existe mais. Formamos para o passado em vez de formar para o futuro. A Liderança tal qual a conhecemos hoje, está com os dias contados. Precisamos mudar o modelo mental, a forma de pensar sobre liderança, a mesmice repetitiva dos velhos e surrados conceitos sobre liderança.

Quais métodos o profissional deve usar para desenvolver sua capacidade de liderança?

César - Não se trata de uma questão técnica, mas de postura. O primeiro passo é o autoconhecimento. O líder deve procurar entender com muito maior profundidade seus pontos fortes, os fracos, as novas competências que precisa adquirir . No livro "Você é o líder da sua vida", procuro mostrar como as 5 forças da liderança, o pentagrama pode ajudar esses profissionais a refletirem melhor e se autodiagnosticarem como líderes.

Muitas organizações ainda são dominadas por relações políticas.  Há como "liderar para cima" em uma organização assim?

César - Claro que sim. Muitas empresas complexas e multinacionais bastante politizadas tem exemplos de líderes que lideram para cima. O Jorge Gerdau e o Ivan Zurita da Nestlé são exemplos claros de líderes que mais do que liderar subordinados, lideram acionistas, investidores, lideram comunidades, fornecedores e principalmente sabem liderar clientes!

Aonde é mais importante a atuação de um bom líder:  nos momentos de crise ou no crescimento acelerado de uma empresa?

César - Em ambos os momentos. Alguns se sobressaem na hora da verdade, na crise. Outras são melhores na hora do crescimento. Outros na hora que as coisas estão meio paradas e precisam ser consolidadas.

Em seu livro você diz que o líder não deve dar ênfase ao carisma.  No entanto, é possível liderar com zero de carisma?

César - Não chego a tanto. Mas conheço vários líderes, e alguns deles cito no livro, que não são muito carismáticos e conseguem ser grandes líderes. Carisma é importante  e facilita a vida do líder. Mas carisma apenas não é mais suficiente. Saco vazio não fica em pé muito tempo. O líder precisa de conteúdo para continuar crescendo como líder. Liderança não é sinônimo de carisma, de simpatia, de extrovertidos, bem humorados e bons comunicadores. Liderança é muito mais que isso!

Esta entrevista foi cedida gentilmente pelo site ogerente.com.br.
Para reprodução enviar solicitação para o e-mail  suporte@ogerente.com.br.

O sommelier de Susã

Um dos sommelier mais famoso no Brasil é Manoel Beato. Ele degustou em seus 20 e poucos anos de carreira mais de 200.000 vinhos. O salário de um sommelier chega a R$ 30.000,00/ Mês, este tipo de salário a gente sempre fala de valor ao ano que seria em torno de R$ 390.000,00.

Neemias, o sommelier de Susã tinha uma profissão de alto risco. Primeiro tinha que conhecer muito de bem de vinícola, conhecer os vinhedos, os aromas e na verdade não era só proteger o Rei de uma bebida envenenada. Conhecendo a profissão de Neemias até entendo melhor quando nos versos iniciais diz que ele Jejuou e Orou quando soube do relatório da condição de seus compatriotas.

Deste momento até conversar com o Rei e pedir Licença Prêmio para poder gerenciar o projeto da reconstrução, passara-se mais de 120 dias. Como degustador oficial do Rei se ele jejuou por todos estes dias foi um jejum parcial, pois não poderia deixar de beber o vinho para provar e aprovar para seu Rei.

Lógico que o foco da mensagem não é este. Temos vários princípios, como: o de abrir mão do seu conforto, do cargo que exercia e se preocupar com sua história, com os problemas do seu povo. Também podemos observar o modelo de gestão que ele aplica no projeto.

Vamos tentar descrever estas ações.

1) Comunica seu superior sobre sua necessidade.

Do capítulo 1 até o capítulo 2 passaram se mais de 120 dias, o que demonstra persistência. Ele não desistiu do seu objetivo, do projeto da construção. Tinha tudo para ficar no conforto do palácio. Seus irmãos que arrumassem uma alternativa de construir, quem mandou que eles desobedecessem os estatutos?

Ele sabia o motivo da desgraça e investiu na oração intercessória, sua oração tinha um propósito definido. Qual a definição do propósito de estarmos orando?

Quando é questionado sobre o tempo que precisa ele já sabia porque estudou o projeto e conseguiu mensurar o prazo para a obra.

2) Trabalha dentro da legalidade. Quando pede carta autorizando tanto a passagem em território inimigo como para poder usar as madeiras para a reconstrução.

3) Distribui as tarefas e o escritor tem o cuidado de citar os nomes das pessoas que contribuíram para o projeto (atitude de pertencimento).

4) Não perde tempo com quem não o respeita. Sabe também retribuir aos que obstruem aos que trabalham ao contrário e registra que os nomes deles não serão colocados em memorial.

5) Princípio do registro e da transparência administrativa-Financeira. (capítulo sete)

6) As ofertas, os dízimos têm a finalidade social de retribuir cada um dos envolvidos prova disto é quando fica sabendo que os Levitas vão embora por conta da má administração e isto aconteceu quando ele retornou ao palácio pois havia pedido uma licença ao seu superior e tinha a responsabilidade de voltar.

7) Responsabilidade social e financeira                    
Neemias provia diariamente alimentação para 150 pessoas; infelizmente hoje algumas comunidades arrancam de seus membros todo dinheiro possível através de campanhas e mais campanhas e não são capazes de semear uma noite de jantar aos trabalhadores da obra, será que ter templos suntuosos, cheios de recursos tecnológicos é muito mais importante do que aprender a compartilhar a comunhão através dos recursos que foram entregues por seus membros sem os onerar?

A maioria dos eventos tem um cunho de levantar dinheiro para cobrir determinados buracos financeiros que são gerados por pessoas que não tem nenhuma habilidade ou competência para esta função. Sei da importância de ter pessoas leais e de caráter para poder administrar os recursos, mas alguns pecam colocando pessoas com um histórico tão negativo onde não cumprem seu papel de gestor familiar e querem se meter a fazer gestão da Igreja (elas não cuidam nem de sua família).

Prover alimentação e não espiritualizar e falar que vamos dar comidas espirituais para as pessoas. Alimento mesmo, comida, arroz, feijão, carne, jantar, um belo almoço, um churrasco, uma confraternização por conta do Projeto afinal de contas o dinheiro tinha esta finalidade e não beneficiar o grupo de Neemias, o do Governador Neemias pois agora ele já havia sido promovido.

Quando li o verso 14, do capitulo 4 precisei parar e refletir: a minha luta, meu esforço, minhas energias estão focadas em quem? Qual é o propósito da nossa luta? Por quem estamos lutando? Quando falo lutar é trabalhar, nossa dedicação tem qual finalidade?

"E olhei, e levantei-me, e disse aos nobres, e aos magistrados, e ao resto do povo: Não os temais; lembrem-vos do Senhor, grande e terrível, e pelejai pelos vossos irmãos, vossos filhos, vossas mulheres e vossas casas". Neemias 4.14

Envolveu todos, não ficou limitado a um pequeno grupo de privilegiados, a diretoria, os líderes ou somente os da "elite" com esta informação. Anima-os, encoraja-os, este é perfil de liderança saudável.

E no iniciou do verso ele analisa, faz uma vistoria, levanta a necessidade e toma uma atitude pró ativa.

Dentro desta movimentação, deste posicionamento ele faz uma declaração de missão, ele comunica numa relação horizontal. Podemos chamar de comunicação na horizontalidade. Esta atitude é típica de gestor que não está preocupado com cargos, com funções, com hierarquias e sim o propósito é alcançar em sua comunicação o máximo de pessoas para o projeto através de atitudes e comportamento com valores humanos.

Percebe-se que tinham grupos diferenciados, classificações de pessoas como sempre houve, mas numa gestão de liderança saudável ele traça uma linha de comunicação para todos. Guarde, estude este princípio: comunicação na horizontalidade, e sua liderança nunca mais será a mesma.

Inteligente este Neemias, ele não privilegia o grupo dos nobres e nem tão pouco os dos magistrados, através da comunicação corporativa ele continua com a mensagem destinada aos envolvidos no Projeto.

Ele também direciona o motivo da luta. Por quem eu tenho lutado? Lutamos por tantas coisas e esquecemos de lutar por nossa casa. Nossos esforços, nossas lutas diárias tem sido por qual finalidade Este versículo me parou. Fiquei refletindo os motivos, os propósitos das minhas lutas.

Ele também fala do perigo da aliança com determinada forma de governo, Neemias viveu o cenário de abrir mão de algumas alianças.

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